Kátia Gomes: Por que temos de nos confessar? De onde vem o perdão?
Kátia, o perdão vem de Deus, porque quem perdoa é Deus, e é o único que pode fazê-lo. Claro, nosso coração deve estar aberto e pronto ao perdão também. O confessor é apenas um instrumento. Neste caso, alguém poderia dizer: “Por que o sacerdote em lugar de dizer ‘eu te absolvo dos teus pecados’ não diz ‘Deus te absolva dos teus pecados’?” O sacerdote age em nome de Cristo, com a autoridade que vem de Cristo mesmo (Mt 28,18), “Àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados” (Jo 20, 23).
Nós nos confessamos para nos reconciliar com Deus, com o próximo e conosco mesmos.
Escolhemos alguns parágrafos do Catecismo da Igreja Católica que podem nos ajudar na compreensão deste sacramento.
1462. O perdão dos pecados reconcilia com Deus mas também com a Igreja. O bispo, chefe visível da Igreja particular, é justamente considerado, desde os tempos antigos, como o principal detentor do poder e ministério da reconciliação: é o moderador da disciplina penitencial. Os presbíteros, seus colaboradores, exercem-no na medida em que receberam o respectivo encargo, quer do seu bispo (ou de um superior religioso), quer do Papa, através do direito da Igreja.
1464. Os sacerdotes devem exortar os fiéis a aproximarem-se do sacramento da Penitência; e devem mostrar-se disponíveis para a celebração deste sacramento, sempre que os cristãos o peçam de modo razoável.
1465. Ao celebrar o sacramento da Penitência, o sacerdote exerce o ministério do bom Pastor que procura a ovelha perdida: do bom Samaritano que cura as feridas; do Pai que espera pelo filho pródigo e o acolhe no seu regresso; do justo juiz que não faz acepção de pessoas e cujo juízo é, ao mesmo tempo, justo e misericordioso. Em resumo, o sacerdote é sinal e instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador.
1466. O confessor não é dono, mas servidor do perdão de Deus. (...)