Antonio A. pergunta sobre o sentido da Quaresma.
Antonio, Quaresma é período de quarenta dias em preparação para a Páscoa.
A quarta-feira de Cinzas marca o início da Quaresma para os cristãos. Este período finda na quinta-feira santa, com o início do tríduo pascal.
Durante a Quaresma vive-se a Campanha da Fraternidade, neste ano abordando a necessidade de aproximação entre a Igreja e a sociedade. Lema de 2015 é "Eu vim para servir"
Com o tema "Fraternidade: Igreja e Sociedade", a campanha de 2015 deve buscar caminhos que intensifiquem a relação e a troca entre a Igreja e os diversos segmentos sociais.
O papa Francisco enviou uma mensagem para a campanha deste ano enaltecendo o olhar para o ato de servir. Em trecho da mensagem, Francisco aponta que a Igreja “não pode ser indiferente às necessidades daqueles que estão ao seu redor”, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem.
Francisco denuncia «globalização de indiferença» que ignora sofrimentos da humanidade
O Papa desafia nesta Quaresma a Igreja e a sociedade a superar o “mar da indiferença” que ignora o sofrimento de milhões de pessoas em todo o mundo.
“Amados irmãos e irmãs, como desejo que os lugares onde a Igreja se manifesta, particularmente as nossas paróquias e as nossas comunidades, se tornem ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença”, escreve, na sua mensagem para este tempo litúrgico, que se iniciou na quarta-feira.
O texto admite que a “tentação da indiferença” se estende a todas as pessoas, perante a dimensão do mal com que se tem de confrontar.
“Estamos saturados de notícias e imagens impressionantes que nos relatam o sofrimento humano, sentindo ao mesmo tempo toda a nossa incapacidade de intervir. Que fazer para não nos deixarmos absorver por esta espiral de terror e impotência?”, questiona.
Segundo o Papa, está em causa uma “atitude egoísta de indiferença” que atingiu uma dimensão mundial, falando mesmo numa “globalização da indiferença”.
“Trata-se de um mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de enfrentar”, apela.
A mensagem tem como título «Fortalecei os vossos corações», uma expressão retirada da Carta de São Tiago, um dos últimos livros da Bíblia.
Francisco diz que os cristãos têm de estar atentos aos problemas e às injustiças que os outros sofrem, rezando por eles e levando ajuda, “com gestos de caridade, tanto a quem vive próximo como a quem está longe”.
“A Quaresma é um tempo propício para mostrar este interesse pelo outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas concreto – da nossa participação na humanidade que temos em comum”, assinala.
O Papa sustenta que o sofrimento do próximo “constitui um apelo à conversão”, porque lembra a “fragilidade” da vida de cada uma, a sua “dependência de Deus e dos irmãos”.
“Se humildemente pedirmos a graça de Deus e aceitarmos os limites das nossas possibilidades, então confiaremos nas possibilidades infinitas que tem de reserva o amor de Deus e poderemos resistir à tentação diabólica que nos leva a crer que podemos salvar-nos e salvar o mundo sozinhos”, adianta.
O texto cita a encíclica ‘Deus caritas est’, do Papa emérito Bento XVI, para denunciar as “pretensões de onipotência” do ser humano e convidar à “formação do coração”.
“Ter um coração misericordioso não significa ter um coração débil. Quem quer ser misericordioso precisa de um coração forte, firme, fechado ao tentador mas aberto a Deus; um coração que se deixe impregnar pelo Espírito e levar pelos caminhos do amor que conduzem aos irmãos e irmãs; no fundo, um coração pobre, isto é, que conhece as suas limitações e se gasta pelo outro”, precisa.
Irmã Patrícia Silva, fsp
fspatricias@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário